quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A FALA DO NORDESTINO

Arrente" fala assim!


Gente alta é varapau.
Estouro aqui é pipoco.
Chá-de-burro é curau.
Coto de pau é cotoco.

Quem entra ligeiro emburaca.
Rir dos outros é mangar.
Cabra abestado é babaca.
Faltar aula é gazear.

Tudo que é bom é massa.
Tudo que é ruim é peba.
Gente metida é sem graça.
Ferida muita é pereba.

O bobo se chama leso.
Medroso se chama frouxo.
O excitado é aceso.
Quem é franzino é chocho.

Pernilongo é muriçoca.
Chicote se chama açoite.
Farofa aqui é paçoca.
Tardinha é boca da noite.

Cheiro ruim é catinga.
Se vier do pé é chulé.
“Mangueira” é nome de pinga
E comprimido é caché.


Coisa fedida é inhaca.
Lembra axila, o sovaco.
Caboclo besta é babaca.
Negrote feio é macaco.

Mulher novinha é cabrocha.
Afeminado é veado.
Se não tem fogo é brocha.
Apressado é avexado.

Minha irmã é mermã.
Adolescente é cocota.
A desafeta é cunhã.
Vagina aqui é xoxota.

Homem galã é pintoso.
Se morrer, bateu as botas.
Zé Lorota é o mentiroso.
Fuxiqueira é maricota.

“X com” é referência.
Muita gente é magote.
Vício grande é doença.
Pulo de susto é pinote.

Folgado é afolozado.
Dar a volta é arrodear.
Quem tem sorte é cagado.
Valer, aqui, é vogar.

Aqui, encrenca é arenga.
O mesquinho é mão de vaca.
Mulher da vida é quenga.
Se ficar velha, é bruaca.

Sujo no olho é remela.
Cara feia é munganga.
Boca sem dente é banguela
E mulher feia é baranga.

Supurar é afuleimar.
Se tiver herpes, é boqueira.
O vomitar é lançar.
Lasca da saia é maneira.

Gente asquerosa é mundiça
Meia garrafa é quartota.
Tudo o que fede é carniça.
“Penso” é ua coisa torta.

Tumor, aqui, é nascida.
Ferir de leve é relar.
Quenga é mulher da vida
E copular é trepar.

O torto é ingembrado.
Repreensão é cagaço.
Se for sisudo, é invocado.
Se for virgem, é cabaço.

Se tá forte, tem sustança
E se inchou, tá opado.
Barriga grande é pança.
Envelhecido é sambado.

O sexo é a vergonha.
Nádegas, a padaria.
Masturbar é bater bronha
E mau costume é mania.

Enjoado é enfarento.
Um tufo é maçaroca.
Se não come, é luxento.
O pênis é a mandioca.

Carimã, aqui é puba.
Se menstruou, tá de bode.
Um membro grande é manjuba
Para – pra uns – é “prumode”.

Nuca, aqui, é cangote.
Senhora, cá, é siá.
Quem joga mal é pixote.
“Bicho” grande é patuá.

AVC é congestão.
Desistir é defecar.
O impotente é capão.
Dar à luz é descansar.

Caçoleta é chulipa.
Conquistador é enxerido.
Falar mal: meter a ripa.
Se tiver hérnia, é rendido.

Tá perdido, tá pebado.
Atordoado é tantã.
Olhado fixo é grelado.
Crumatá, curimatã.

Tísica é enfraquecida.
Salivar é escumar.
Vagina é a perseguida.
Desmaiar é escangotar.

Caroço, aqui, é calombo.
Paixão aguda é xodó.
Buraco grande é rombo
Bicho-do-mato é arigó.

Parida, tá de resguardo.
Conjuntivite é dordói.
Se tá cheio, tá empachado.
Se for chifrudo, tem “mói”.

Bola-de-gude é bila.
No Piauí, é peteca.
Bebida braba é tiquira.
Dinheiro pouco é merreca.

Tem bolo doce e salgado.
Tem tapioca e pudim.
Maria Izabel e assado.
Tem matrinxã e surubim.

Já provou a mão de vaca;
Nossos capote e lingüiça?
Bacuri, pequi ou paca,
Faz padre perder a missa.

Pra beber, tem cajuína.
Ave bonita é curica.
Folia, na Micarina.
Água gostosa é a de bica.

Correr é pé na carreira.
Quem tá sujo, tá breado.
Esta trova é ua brincadeira
Pra você que é “letrado”.

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Gisleno Feitosa
(Caboclo das Barras)

Um comentário:

  1. sou do Piaui;moro em Curitiba e adorei as piadas. gosto de tudo que tem no nordeste.

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